sábado, 18 de outubro de 2008

Velha... eu?

Estava sentada na sala de espera para a minha primeira consulta com um novo dentista, quando observei que o seu diploma estava dependurado na parede.
Estava escrito o seu nome e, de repente, recordei de um moreno alto, que tinha esse mesmo nome. Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás, e eu me perguntava: Poderia ser o mesmo rapaz por quem eu tinha me apaixonado à época?
Quando entrei na sala de atendimento imediatamente afastei esse pensamento. Este homem grisalho, quase calvo, gordo, com um rosto marcado, profundamente enrugado, era demasiadamente velho pra ter sido o meu amor secreto.
Depois que ele examinou o meu dente, perguntei-lhe se ele havia estudado no Colégio Sacré Coeur.
- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou? perguntei.
- 1965. Por que pergunta?
- É que... bem... você era da minha classe...
E então, esse velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, filho de uma puta, lazarento me perguntou:
- A Sra. era professora de quê?

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